Universitários do RS têm projeto aprovado para estudar buracos negros em telescópio gigante no deserto do Atacama
Observatório Alma, na Cordilheira dos Andes, no Chile; grupo da UFSM foi selecionado para estudo no local A. Duro (ESO)/Divulgação UFSM Um grupo de pesquisad...

Observatório Alma, na Cordilheira dos Andes, no Chile; grupo da UFSM foi selecionado para estudo no local A. Duro (ESO)/Divulgação UFSM Um grupo de pesquisadores da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), na Região Central do RS, teve um projeto aprovado para ir até o Chile e estudar galáxias em um dos maiores telescópios do mundo, no deserto do Atacama. Os estudantes do Grupo de Astrofísica da universidade foram selecionados para participar do 12º ciclo de observações no observatório Alma (sigla para Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array), que acontece até o final de setembro no deserto chileno. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O grupo liderado pelo professor Rogemar André Riffel foi selecionado com o trabalho BAH, que ao mesmo tempo homenageia a expressão popular gaúcha e é sigla para "Blowing Star Formation Away in Active Galactic Nuclei Hosts" (tradução em português para “Suprimindo a formação estelar em galáxias com núcleos ativos”), e analisa buracos negros em cinco galáxias: NGC 5695, a 212 milhões de anos-luz; NGC 3884, a 349 milhões de anos-luz; NGC 1048A, a 534 milhões de anos-luz; UGC 8782, a 662 milhões de anos-luz; e CGCG 012-070, a 711 milhões de anos-luz. Com o estudo, o grupo busca mapear a radiação emitida por nuvens de gases frios produzidas pelos gases moleculares produzidos na região interna de galáxias ativas. Essas informações permitirão “estudar com detalhes regiões onde estrelas estão se formando e investigar como o gás se comporta em diferentes ambientes do Universo”, informa o grupo. Ao todo, o projeto da UFSM terá 7,5 horas de observação pelo observatório Alma. Por estar localizado no deserto do Atacama, o telescópio Alma pode observar o céu sem interferência de poluição visual B. Tafreshi (ESO)/Divulgação UFSM Telescópio gigante Localizado no platô Chajnantor da Cordilheira dos Andes, a uma altura de aproximadamente 5 mil metros, e em meio ao deserto mais árido do mundo, o observatório Alma está registrado no Guinnes Book como o mais caro telescópio terrestre já construído. O custo de produção foi de cerca de US$ 1,4 bilhão, em um projeto conjunto que envolveu 21 países da América do Norte, da Europa e do leste da Ásia, além do Chile. As suas primeiras imagens foram geradas em 2011, ainda com apenas 11 das 66 antenas que constituem o observatório. O radiotelescópio combina sinais captados por antenas metálicas redondas que medem até 12 metros de diâmetro. De forma semelhante a antenas de aparelhos de rádio e TV, telefones celulares, radares e vários outros dispositivos (inclusive olhos de humanos e animais), os radiotelescópios captam sinais do espectro eletromagnético - ondas que são usualmente agrupadas de acordo com o seu comprimento e frequência, bem como pela energia que emitem: alta energia (ultravioleta, raios X e raios gama), energia não tão alta (luz visível; ou seja, do violeta ao vermelho) baixa energia (infravermelho, micro-ondas e ondas de rádio). Como o seu próprio nome indica, o Alma é um telescópio construído com a finalidade de captar especialmente sinais de baixa energia – do espectro milimétrico e submilimétrico (milimiter/submilimiter array). O observatório está equipado para receber ondas com comprimento na faixa de 8,6 a 0,32 milímetros (ou 35 a 950 giga-hertz, em termos de frequência). Por ficar em meio a um deserto, o Alma permite observar o céu sem a interferência de poluição visual. Tempestade de raios e granizo atinge o Rio Grande do Sul VÍDEOS: Tudo sobre o RS